sábado, 17 de agosto de 2013

Embriagados de Amor


Todos os dias, desde aquele dia, tomo um gole do seu amor. Isso é suficiente para me tirar do meu normal, para me tirar do meu mau humor, para me tirar desse mundo.

Eu me deixo afogar numa taça dessa bebida quente. Eu me embebedo com seus beijos. Não me importo se pareço ridícula quando não consigo pronunciar uma palavra sequer que não seja o seu nome. 

Degustamos nossas taças no escuro. O mundo inteiro para e nós continuamos girando entre os lençóis, bebadamente sincronizados, sem nenhuma linha reta para nos julgar.  

Tudo o mais é desimportante, desinteressante, se estamos sós. Não existem outros, não existem cômodos, não há mais nada além de dois corpos embriagados ocupando o mesmo lugar no espaço.

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Conectando Letras


Às vezes eu me perco nos meus pensamentos. De verdade. Não me encontro em nada ali, vejo tudo menos eu mesma. Eu substituo o que é importante pelo que realmente importa. Eu me afogo silenciosamente nas lágrimas que nunca viram a luz do dia. As lágrimas substituídas pelo que realmente importa, esquecidas ou escondidas na bagunça dos meus pensamentos. Vez ou outra elas encontram as letras desconexas de um teclado num quarto escuro. Mas ninguém vê. Nem eu mesma. 

Ultimamente eu não sinto quando toco as coisas, quando toco o chão, ou agora mesmo, quando toco as letras desconexas de uma teclado num quarto escuro. É triste. E não quero ligar a luz e ver a bagunça ao meu redor. É melhor assim, que ninguém veja. Será que alguém vê?

Tenho me saído bem nisso de esconder sentimentos, mas não me orgulho. Todos fazem isso, não é? Não se orgulhem. É triste. Se tiverem a oportunidade de revelar o peso que suportam em sua alma, o façam. 

Quanto à mim? Eu me encolho em mim mesma, mesmo sabendo que preciso de alguém. Na verdade preciso de um resgate, preciso que alguém me salve de noites solitárias. Meus soluços são como gritos de socorro dentre os lençóis. A noite é longa demais para mim, a madrugada parece simplesmente não ter fim. E ninguém aparece. Ninguém parece se importar. Porque ninguém substitui o que é importante pelo que realmente importa. Eu deveria fazer isso. Mas já gastei todas as minhas forças aqui, conectando letras.