domingo, 24 de julho de 2011

Cinema: Terror - Parte II


Acordou, mas a escuridão era tanta que não sabia se tinha realmente aberto os olhos. 
Percebeu que não usava roupas. Tentou gritar mas a dor falou mais alto. Tentou levantar mas a dor era mais forte. Tentou lembrar o que havia acontecido. [Droga!] Ia ser necessário mais do que uma Aspirina para aquela dor passar. Respirar doía.

Em que maldito lugar ela estava? 

Não enxergava nada, em compensação os demais sentidos se aguçaram, como não pudia se mover muito começou a desvendar o ambiente com a ajuda deles.

Tateou o chão à sua volta. Parecia ser de pedra. Molhado, úmido e escorregadio. Duro, frio e desconfortável. Agora que tinha notado isso começou a sentir frio. Tremer doía. Respirar estava ficando cada vez mais difícil. Queria abraçar as pernas para ajudar a esquentá-las; mesmo que conseguisse não adiantaria, seus braços pareciam estar quase congelando.

Concentrou-se na sua audição e pôde ouvir pingos. A fonte deveria estar distante de chão se considerado a  frequência e som que provocava quando se encontravam com a poça que já havia se formado. Ela esperava que aquilo fosse água, não importava se era suja ou não. Sua garganta ardia de sede e, mesmo com toda a umidade, ela se sentia em um deserto. Talvez fosse melhor do que aquele lugar.

O corpo doía, desidratado e congelando; mesmo assim ela se esforçou para respirar fundo. Um décimo do que uma pessoa geralmente consegue absorver de ar para encher os pulmões já foi suficiente para deixá-la mais debilitada e quase chorar de dor. Fechou os olhos e segurou. Agora... o cheiro. Uma cheiro conhecido invadia o ar e trazia de uma só vez milhares de lembranças. Como aquela vez que estava querendo aprender a andar de bicicleta sozinha, para surpreender seu pai quando ele chegasse do trabalho, mas caiu e ralou o joelho. Ou aquela vez que estava subindo naquela amendoeira que tinha no seu quintal, mas escorregou e feriu o cotovelo. Ou ainda, aquela vez que estava brincando com o Ed, seu melhor amigo,  correndo pela rua, mas ela tropeçou e machucou o joelho. 
Isso só pode significar uma coisa: que o cheiro era bom. Bom por fazê-la lembrar de bons tempos
Relaxou por alguns segundos antes de voltar à realidade, antes do frio voltar, antes da dor aumentar.

[Concentre-se...] Hora de sentir. Sentir tudo de uma vez só! 
O que ela sentia naquele momento? Sentia frio, sentia dor, sentia saudades, sentia arrependimento, sentia solidão. Mas... não sentia medo. Se tivesse que morrer naquele exato momento, morreria sem medo
Preocupou-se. Será que ela morreria fria e sem amor? [NÃO! Não posso!] 

Tudo deu lugar a uma fúria incontrolável. Sentia raiva do frio, ódio da dor, fúria de arrependimento, aversão a solidão. Mas não sentia medo. Se tivesse que matar naquele exato momento, mataria sem medo
Preocupou-se. Será que eu mataria fria e sem amor? - Doce ódio de sabor amargo.

Já não sentia dor, e mesmo podendo levantar-se sem nenhum problema, arrastou-se uns dois metros e meio, cravando as unhas nas frestas entre as pedras do chão, esfregando o corpo nu no chão coberto de musgo e limo. Chegou onde queria depois de pouco tempo, seguindo o som. Olhou para cima e abriu a boca. Uma gota acertou a sua testa, outra embaixo dos olhos, outra o queixo, até que, finalmente, uma gota caiu certeiramente em sua boca.
Apesar do cheiro forte fazê-la lembar de muitas coisas, o gosto não se parecia com nada que já houvesse provado antes. Mesmo assim continuou na mesma posição até que mais cinco gotas caíram goela abaixo. Ela despencou para o lado, deitou em posição fetal e adormeceu.

Não sonhou.

Não sabe por quanto tempo dormiu, mas quando acordou, imediatamente, sentiu o cheiro bom e suas forças retornaram. [Um momento...] Não escutava mais os pingos. [Não pode ser!] Sentou-se e foi escorregando as mãos no perímetro ao seu redor, até encontrar a poça. A sua única conhecida naquela maldita escuridão.
Sem pensar duas vezes abaixou-se e começou a lamber o chão. O líquido escorria pela sua garganta frio como o lago, que ficava na frente da casa onde morou quando criança, no inverno. 

Satisfação. Deixou-se cair para traz e ficou olhando para cima.

O silêncio a incomodava. Quem será que a teria colocado ali? O que quer dela? 
Ela se levantou e começou a andar, sem precauções, para frente. Depois de alguns passos parou. Seu corpo tremia por dentro. Ela parou porque havia uma parede bem na sua frente, mas ela não a via. Apenas sabia que havia uma parede ali, podia sentir isso! Bem devagar levantou a mão direita e confirmou. Seus olhos se arregalaram. Havia sim uma parede. Como ela poderia saber? 
Medo e excitação tomaram conta do seu corpo.

Moveu o corpo para o deu lado esquerdo e foi andando mais rápido. E aconteceu mais uma vez. Parou porque havia uma parede no seu caminho. Mudou de direção novamente e andou mais rápido ainda dessa vez e sentiu uma pedra muito grande no seu caminho. Pulou por cima dela e se surpreendeu. O que era pra ser apenas um pulinho se tornou um salto bem mais alto do que esperava. Continuou e, depois de mais alguns passos, novamente uma parede. Mas ela não desistiu! Correu o mais rápido que pôde, certa de que agora encontraria uma saída. Mais uma vez sentiu a parede ao se aproximar e desacelerou o passo, frustrada, até parar.

Sem nenhuma dificuldade voltou para o seu ponto inicial, ao lado da poça, e se sentou abraçando as pernas e encostando a testa nos joelhos. 

Algum tempo se passou... Ela não sabia se havia dormido. De repente, voltou a escutar os pingos.
Algo que se assemelhava a esperança preencheu o vazio que sentia e ela pôs-se embaixo das gotas novamente, sem dificuldade. Deixou que várias gotas invadissem seu corpo por dentro. Bebeu aquele líquido como se fosse a água do seu deserto. Deitou no chão de pedras para ouvir o som das gotas e sentir o cheiro que a fazia tão bem. Brincou na poça por um tempo, molhando a ponta dos dedos, mas logo cansou-se.

Agora desejava outra coisa. Sentia uma vontade incontrolável. Era como vivesse em abstinência a anos e hoje fosse a oportunidade perfeita! Levantou-se rapidamente. Olhou para cima. Pudia sentir as grades enferrujadas. Era dali que vinham as gotas. Não pôde conter o sorriso. Seu coração pulsava em ritmo acelerado! Não pudia esperar nem mais um minuto! Esticou o indicador e deixou que a última gota se encontrasse com ele. 


Levou o dedo aos lábios, e saltou.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Superar


A força de vontade traz a superação e a superação traz a calma.
De nada vale atormentar nossos pensamentos com sombras do passado.
brevidade da Vida não nos permite perder tempo com o que já se foi.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Cinema: Terror - Parte I

Manhã, tarde e noite. Sempre tudo era igual. A mesma rotina, com os mesmo rostos e as expressões. E isso cansava.
Mas aquele dia prometia ser diferente desde os primeiros raios de Sol. Ela sabia disso. E o que vivia nesse momento era apenas uma confirmação. 

Se pudesse não levantaria da cama hoje.
[Malditas obrigações diárias!]

Uma infeliz emergência do trabalho a obrigou a ir àquele lugar. 
O cheiro era uma mescla de mofo, poeira, sangue e... e... algo estragado (?!).
Tantas noites sem sono devem tê-la deixado um pouco fora de foco. Esvaziou os pulmões e inspirou fundo. Por pouco não vomitou. Não foi o cheiro, mas sim aquela visão abominável. Nunca pensou que passaria por aquilo quando, aos seis anos, decidiu se tornar detetive.

Naquela época parecia uma empolgante aventura. Hoje ela não dorme e terríveis pesadelos a atormentam sempre que fecha os olhos. 
[Malditos pesadelos!]

Com toda certeza ela não queria ter que se aproximar daquilo nem mais um centímetro, ao contrário; ela queria fugir dali para uma tranquila casa no campo, longe de qualquer indício de fumaça, carros, mistérios ou sangue.Mas sabia que tinha que se aproximar, era o seu trabalho, o seu dever.

Tampou o nariz com uma das mãos e muito lentamente foi se aproximando. Nem acreditava no que estava fazendo. Depois de muitos passos, demasiadamente pequenos, agachou-se perto do que ninguém conseguiria identificar a menos que soubesse como era aquele ser antes da morte. Ela acreditava que fosse uma pessoa, mas não queria acreditar.

Foi informada de que o legista iria se atrasar. 
[Maldito trânsito!]

Aos poucos foi decodificando o que via, baseando-se no corpo humano. 
Havia muito sangue e o cheiro de ferrugem que invadia seus pulmões estava deixando-a tonta. Parecia que ele havia usado um moedor de carne dessa vez. Ela encontrou parte do que podeira ser o couro cabeludo e pelo tamanho e mechas do cabelo deduziu que a vítima era uma mulher. O que estava dizendo? Aquela com certeza deveria ser uma garota adolescente, nenhuma mulher pinta o cabelo de verde. Ao menos era o que ela achava...

As entranhas pareciam ter sido esmagadas por alguma coisa muito pesada e aparentavam estar grudadas no chão de madeira podre e carcomida pelos cupins. Até os cupins deveriam estar assutados àquela altura. 
Ela pensou que aquilo daria um pouco de trabalho à equipe. Não importa.

"Ah, droga. já é a 6 vez que isso acontece só esse mês. Eu tenho que encontrar ele e... Espere..." 

Ela prendeu a respiração. Há algo errado. Não havia nenhum som. Toda a sua equipe está logo ali fora, mas ela não escutava a voz de nenhum deles. Nem mesmo um sussurro mínimo. Apenas a sua respiração forte.

Um momento... Pânico! Ela havia prendido a respiração como poderia...

Levantou em um pulo e olhou assustada ao redor. Naquela maldita escuridão não conseguia ver quase nada e estava no lugar mais iluminado de todo o ambiente. A respiração estava tão alta e forte. Ofegante. Parecia estar cheia de excitação. Parecia estar... ATRÁS DE VOCÊ!

Ela rapidamente desviou de algo que se moveu com fúria em sua direção, mas quando se recompôs já era tarde demais. Foi atingida pelas costas por uma maldita marreta enormemente pesada e, nos milésimos de segundos que a separavam do chão, se despediu do seu olhar empolgado de criança de seis anos, se despediu da sua esperança, se despediu da sua vida.

Pouco tempo depois a escuridão era um alívio. E o silêncio uma dádiva.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

domingo, 17 de julho de 2011

Calar


Ah, se meus lábios me escutassem! Se eles soubessem se calar nesses momentos; se soubessem o tamanho do meu desejo de não pronunciar uma palavra sequer. 
Esses lábios que me traduzem e traem meus pensamentos. Que não entendem a necessidade de ficarem em silêncio.

Ah, se eu escutasse o que eu digo! Se eu soubesse o quanto era necessária a minha hipocrisia naquele momento; se soubesse a grandeza dos meus atos e as consequências positivas que eles me proporcionaram.
Eu que sempre confundo hipocrisia e bipolaridade. Não me surpreendo de confundir amor e ódio também.

Maldita semelhança! Você que me persegue não importando a minha velocidade ou a minha vontade de fugir. Quantas lágrimas ainda terei de conter até despertar desse pesadelo. Por quanto tempo terei de mascarar minha face com esse vazio?

E se não existissem vocês, meus singelos Princípios? Construídos e baseados durante tantos anos no mais próximo que pude estar da perfeição a cada degrau alcançado. Muitos degraus ainda estão por vir e vocês continuarão sendo meus alicerces, meus pilares
Obrigada por me apoiarem  sempre embora eu saiba que em alguns momentos eu os esqueço.
Perdoem-me, mas nem sempre vocês estão no lugar certo e na hora certa.

Minha Alma está se reconstituindo aos poucos. Pena; ainda faltar muito. Mas sem pressa.

E daí que sofrer é ruim? Quem disse que tudo tem que ser bom? 
E quem disse que sofrer é ruim? E quem disse que tudo seria bom?
Eu só cansei de me arriscar, será que tenho esse direito

Cansei com certeza. Cansei com a certeza do arrependimento

Vou levar a Vida e sorrir por sorrir ao menos uma vez a cada dia. Viver já é suficiente.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

O Mal

Você já caminhou, caminhou, caminhou por muito tempo? É impossível não se cansar. É inevitável não ofegar depois de algum esforço.  


Às vezes, as pessoas fazem coisas que magoam (muito), só que nem sempre é intencional. O que realmente dói é a incompreensão; é quando não entendem que todos nós erramos, a diferença é que uns erram conscientes e outros não.
Temos que aceitar os fatos, tudo que acontece tem algum propósito maior, desconhecido.

Amar e sofrer caminham juntos nessa estrada. Chorar e sorrir fazem parte de sentir. Cair e levantar serão eternamente aliados. 
Aceitar é importante; aprender é essencial; crescer não é uma escolha.

Não é por mal, mas vou te fazer chorar...

Biografia

Certo dia , fora da rotina como sempre, passava por um pacato vilarejo como brisa, apenas observando as coisas e as pessoas. Nunca esquecerei aquele dia.

Depois de muito soprar entre as casa e vielas, me afastei por um tempo e procurei um lugar calmo para balançar algumas folhas e tornar a sombra das árvores ainda mais refrescantes. Encontrei um riacho de águas cristalinas, que cortava um tapete de grama verde ao meio.

A vista do horizonte era simplesmente incrível. O céu azul com poucas nuvens se encontrava com serras minúsculas e eu queria ficar ali até o pôr-do-sol, só para saber como seria.

De repente sem eu perceber, uma garotinha se aproximou, deveria ter dez anos de idade. Ela foi até a margem do riacho e molhou o rosto. Sem enxugá-lo se recostou no tronco da árvore mais próxima e olhou para a mesma direção que eu olhava segundos atrás.

Nesse momento, eu percebi que não apreciaria o sol se pôr sozinho. Me aproximei agradavelmente e soprei da forma mais suave e gentil o seu rosto e ela sorriu com a sensação. E ela soube, naquele momento, que não apreciaria aquela vista sozinha. 

Ninguém está sozinho.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Universal


É muito fácil dizer que tudo vai ficar bem. É muito simples dizer que não se importa. É comum não olhar nos olhos. É completamente normal fazer promessas. É rotineiro não enfrentar os problemas. É estupidamente tranquilo desviar dos buracos. É absurdamente banal dizer ''eu te amo''. É corriqueiro valorizar. É habitual respeitar. É frequente dar as costas. É enfadonho abandonar. É incrivelmente tedioso magoar as pessoas. 






Da garganta para fora as flores estão desabrochando, enquanto dentro já se murcharam.

Together

Enfim tudo se une..
O mar se renova, mas o vento nunca deixou de soprar; e ele sopra em meus ouvidos as minhas mais perfeitas declarações.
E nossas almas se unem, verdadeiras, no que uns chamam de amor e outros chamam de nascer do sol.
Eu prefiro chamar de infinito..

E, hoje, o meu corpo faz sentido, meu sorriso faz sentido, minha voz faz sentido, minha calma faz sentido (...) e meus sentidos se aguçam.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Não Me Sinto


Eu sinto um cheiro diferente,
Mas não sinto o meu nariz.
É um cheiro estranho; de novo...
E medo...

Eu escuto um som diferente,
Mas, cadê meu ouvido?!
Esse som estranho
Que entra pela janela
Interrompe a minha leitura
Me tira do sério e depois...
Só some.

Eu sinto um gosto diferente.
Gosto de bolo de chocolate
De festa com pipoca!
Mas a festa se foi

Eu sinto diferente...
Esse macio parado, que corta por dentro
Fere a alma. Arranha. Gruda.
E depois de tanto doer
Me abraça.
Mas eu não sinto.

domingo, 10 de julho de 2011

sábado, 9 de julho de 2011

Manhã


Era um lugar novo, nunca antes visitado por ela; e era tão linda a mágica do desconhecido para aqueles olhos, a tanto fechados e rodeados de amargura, que ela se perguntava se a beleza se devia ao ver ou à sua vontade de ver.

Aquele sentimento já a perseguia a algum tempo, desde o dia em que ele a encontrou. - Era uma tarde fria de inverno, mas o Sol brilhava entre as poucas nuvens do céu azul fraco. Seu cabelo cobria os olhos, e isso era um crime menor do que o da tristeza, que cobria por completo o seu sorriso. Ela nem sabia o que isso significava... o que será um ''sorriso''? E uma mão foi estendida. E ela se agarrou à essa mão; nunca teve nada antes a que se agarrar.

- Ah, quando será que eu vou saber o que isso significa?

Não era a primeira vez que perguntava isso, o cansaço nunca foi pário para a sua força de vontade. Esperava ouvir o mesmo de sempre ''A resposta está no que a faz questionar.'', mas dessa vez foi diferente.

- Breve.

Ao ouvir isso ela diminuiu a velocidade de seus passos até parar sob as frias sombras de uma árvore. 
A Lua cheia se despedia.
Enquanto dava mais dois ou três passos ele olhou para trás. 
O que havia em seus olhos de diferente? Tudo era novo e causava aquela sensação em algum lugar dentro dela. Ele dizia que era onde mesmo? Ah! Em sua Alma (mais uma vez o desconhecido...).

O que ela sentia causava uma coisa anormal em cada um dos seus movimentos. Sua face se contrairia por vontade de sua mente, como normalmente fazia quando se encontrava com algo de estranho, mas... a sua Alma... a deixava leve...
Sim, era estranho. 
Pela primeira vez ela não se importava com o estranho, não sentia medo ou vazio. Sentia-se leve como se pudesse sair voando para conhecer mais de perto cada ''desconhecido''. Gostava daquela sensação.

Havia retomado a caminhada sem nem mesmo perceber. A euforia a envolvia por completo, sentia a esperança (re)nascer e partir da sua Alma, por cada vaso sanguíneo, para preencher o vazio do seu pequeno corpo. Ela mesma acabara de (re)nascer.

Estava empolgada e curiosa. Mais do que qualquer ser que já vivera até aquele ponto. Ninguém conseguiria descrever o que ela sentia a cada passo que dava; simplesmente porque não havia como, não haviam palavras
Ela as criaria assim que descobrisse as respostas, assim que soubesse o que era aquilo; quando a explicação se revelasse e sua leveza pudesse ser, verdadeiramente, compreendida. Quando aquilo tudo acabasse e (re)começasse.

O momento se aproximava.

- Só mais alguns minutos. Não tire os olhos do horizonte. Esse é o meu presente.

As coisas estavam ficando mais claras. Os típicos sons de florestas a essa hora ecoavam em sua mente ao mesmo tempo em que a ansiedade deixava seus olhos bem abertos.

E de repente uma coisa brilhou.  Bem ali! Como assim? Você não vê? Está ali, na sua frente!
A coisa mais brilhante; a coisa mais bela; o personagem principal de toda manhã: o sorriso.
Começou como uma pequena fresta de luz, mas logo tomou conta de tudo. Toda a floresta comemorava o nascer de um novo sorriso.

Ela estava completamente maravilhada com o que via: uma enorme bola brilhante acenava para ela, que mal conseguia desgrudar os olhos daquela visão tão incrível. E quando, finalmente, ela olhou para o lado, se encontrou com os olhos dele.

Todas as perguntas e todas as respostas... o sentido surgiu como o conhecido Sol. Tudo se encaixava e sua leveza agora tinha nome.

Amor.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Again...


I have to go now?

         I have to go now...

                  I have to go now!

                           I have to go now?!

                                    I have to go now.

I hate to say it.

Goodbye...
#

Fim


Ela encarou o chão por alguns segundos. Os segundos mais longos de toda a sua vida. E fechou seus olhos antes de, quase que imperceptivelmente, afirmar que sim com a cabeça.
Ele fechou o olhos. Ela gostaria de saber o que se passava em sua mente. Mas sua cabeça estava completamente vazia. Toda a sua concentração se encontrava em seu peito, que parecia querer fugir de casa e nunca mais voltar.

A pergunta foi refeita, vagarosamente, como se as palavras pudessem explodir ao sair da boca e tocar os ouvidos ou se perderem por conta da forte ventania. Imaginária.

Ela piscou forte tentando bloquear a passagem das lágrimas e dessa vez funcionou. Ela fez que sim novamente, ou ao menos pensou ter feito. Seu movimento foi tão contido e sutil que ela nem mesmo conseguiu percebê-lo.

Apesar da grande dor, a esperança de sentir novamente o cheiro de chocolate da manhã o mantia firme até o momento.
Mentira. O que ele mais desejava era sentir o cheiro do seu perfume, agora definitivamente impreguinado naquele delicado pescoço depois de uma boa noite de sonhos. E ele esperava estar em todos.
Não estava.

Ela lamentava por isso, não era sua culpa, mas seus sentimentos eram como o vento: mudavam sempre de direção, não eram vistos por ninguém, não tinham gosto algum. Por outro lado, tinham e péssimo hábito de tocar todos por onde passavam, de mover as coisas mais leves ao seu redor e sempre, [Droga!] sempre a fazer voltar e recolher tudo do chão, pôr tudo no lugar certo.

- Você tem certeza?
Foi quase um sussurro. Seu amigo vento, agora quase em furacão, carregou as palavras com muito cuidado e só as soltou com pouca distância da sua orelha direita.

Ele só percebeu o movimento porque o sol alcançou seus olhos durante um longo tempo. Na verdade milésimos de segundos, mas ele não queria acreditar. Não era sua culpa. Seus sentimentos não eram como o vento. Eram algo certo, específico, absoluto, imutável e permanente.

Por quê o vento é diferente?

- Está na hora...
- Não diga ainda... olhe para mim.

Foi um dos piores momentos de suas vidas.
Foi um desafio encará-lo naquele momento.
Foi um desafio ver aqueles olhos pela última vez.

Então o vento disse; e o som ecoou. E algo se partiu; e o som ecoou.

terça-feira, 5 de julho de 2011

segunda-feira, 4 de julho de 2011

O Melhor


O quanto você fica feliz quando alguém responde o seu "Bom dia!"? Como você se sente quando alguém te diz que tudo vai ficar bem? Qual é a sua reação quando alguém corresponde ao seu sorriso?

Eu aprendi que as coisas simples podem ser pequenas e demorar até encher um caminhão. Por outro lado, elas não exigem esforço para serem carregadas e se acomodam perfeitamente nos corações grandes e microscópicos.

Coisas que no cotidiano se tornaram insignificantes, para mim, quando feitas com sinceridade, são extremamente necessárias e admiráveis. A escassez de bons costumes, na minha opinião, está cada vez mais sugando a humanidade para um buraco negro de arrogância. E, apenas quem ainda possui a sensibilidade de sorrir para o atendente do caixa, é capaz de resgatar as pessoas que perderam o brilho de seu olhar quando fizeram 13 anos (ou esqueceram dos carrinhos e das bonecas).

Às vezes, tudo que uma pessoa precisa ouvir para ganhar o dia é ''Adorei o seu cabelo!'' ou ''Bom dia, você dormiu bem?'' e, às vezes, duas letrinhas bastam para você salvar o dia: ''Oi!''. Na verdade qualquer coisa que você fizer, se estiver acompanhado de um sorriso sincero e de boas intenções, pode fazer da sua companhia algo querido pelas pessoas ao seu redor. E não há nada de errado em ser amável e doce. É isso que conquista as pessoas.

Eu procuro sempre fazer o meu melhor, talvez pela esperança de motivar alguém a ser também, talvez porque eu me preocupo com as pessoas (mesmo as que eu não conheço), ou ainda porque eu tento sempre ser hoje melhor do que fui ontem, e amanhã melhor do que sou hoje.
O importante é: a felicidade que você tanto busca por aí está exatamente onde você pode alcançar (nem precisa esticar o braço!). Dê valor as (belas) coisas simples, a simplicidade é a fábrica da felicidade.
Há vagas.

Acorde de todos os seus sonos, de todos os seus sonhos, de todas as maneiras com um sorriso...
Existem mil caras e bocas, escolha as que tem um sorriso (pode ser um pequeno se preferir).

Sorria hoje e não esqueça nunca. Faça alguém sorrir hoje e não deixe esse alguém esquecer nunca.

(Hoje eu estou fazendo o meu melhor! I'm trying to be a better person...)

Tenha um bom dia/boa tarde/boa noite !

Fundamento


Eu acredito que não vivemos sem uma razão. Ninguém (sobre)vive sem um motivo - é como se todos nós tivéssemos missões - e só partimos quando nossa missão foi cumprida.
Total êxito.
Pode parecer algo exotérico ou religioso, mas não deixa de ser crença. Eu acredito nisso e estou aqui para completar a minha missão.

Todos nós somos bons em alguma coisa, aliás, todos nós temos especialidades. E quando trabalhamos a nossa especialidade e a pomos em prática estamos garantindo o cumprimento da nossa missão.

Eu tenho muitos objetivos que quero alcançar ao longo da minha jornada nesse planetinha minúsculo e a pouco sinto que descobri qual é o principal deles. Cada vez mais tenho a certeza de que estou aqui para ajudar as pessoas. Não como uma terapeuta, mas agindo da mesma forma.
A minha satisfação é indescritível quando sei que foi o meu conselho que fez com que uma pessoa enxergasse os caminhos certos (Tão clichê!). Mas essa é a verdade. Essa é a minha especialidade.
É isso que eu pretendo estudar, desenvolver e aplicar. E, talvez, muitas pessoas se beneficiem com isso.

Um dos principais objetivos da criação do blog é esse: gostaria que o leitor, sempre que precisasse, pudesse passar aqui e encontrar o conselho e a ajuda condizente com sua necessidade. Além disso (obviamente), desejo, ao mesmo tempo, decodificar em palavras os meus sentimentos e pensamentos. Não que eu tenha muita facilidade com isso, mas os desafios sempre me motivaram.

Eu sei que sou jovem para me sentir tão experiente a ponto de querer aconselhar alguém, mas costumo dizer que a experiência pode estar vinculada com os anos, porém não é formada por eles. Portanto, vou me esforçar a cada dia para crescer e poder sempre (me ajudando) ajudar quem estiver próximo a mim - seja ao vivo ou ao virtual (hehe). Dessa forma, sem receios com críticas (construtivas), pedidos (moderados), perguntas (ponderadas) e comentários (equilibrados).

Enfim, gostaria que você, que acabou de ler o meu primeiro post [uhuul], comentasse e (acima de tudo) buscasse não desviar do seu principal fundamento, caso contrário estará também transformando a sua existência em inutilidade (e sabemos que NINGUÉM é um desperdício de espaço). E para quem ainda não descobriu qual é o seu objetivo mais nobre: quem sabe não o descobrimos juntos? ;)

Obrigada por ler o post até o fim, acompanhe os próximos posts da mesma forma! ^^