segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Fluíram Palavras


Eu não quero escrever sobre um sorriso que não se vê.
Não quero escrever sobre um rosto cabisbaixo.
Não quero escrever sobre olhos sem função,
Que não vêem a beleza de todas as manhãs

Não quero ouvir as mágoas ressoarem onde devia-se ouvir o canto.
Não quero ficar no canto ouvindo o nada, o silêncio de uma ala cheia no lado esquerdo do peito.
Não quero me deitar e não sonhar,
Nós somos sonhos concretizados e ainda temos muito a concretizar.
Não quero ter que escrever para seus olhos seguirem palavras apenas por elas serem opacas em um papel transparente.
Eu não quero escrever como se isso bastasse.
Não quero viver à margem de um rio com o desespero de reflexos fúteis e indesejados.

Quero a beira de um abismo, onde a adrenalina me faça acionar meus instintos,
Onde a presa esteja encurralada, e de onde nenhum de nós pode correr.
Quero escrever uma rota de fuga.
Quero testar meu limites.
Quero escrever a cor do vento.
Quero escrever até que os olhos se abram e coração leia,
Até que a boca seca não aguente recitar
E quando achar que irá fraquejar, a voz seja mais ouvida que os trovões.
Quero escrever a continuação de um arco-íris,
Porque nada para até onde vemos,
Porque o horizonte está adiante, assim como está atras e aos lados, acima e abaixo, na ponta do seu nariz e dentro da sua mente.

Quero a revolução das minhas letras!
Quero olhar o céu, o luar e descrever as estrelas.
Quero não parar até que me canse por completo.
Quero escrever o infinito do universo...
Porque meu limite não é a tinta da caneta.
Meu limite não é o momento.
Meu limite não se encontra.
Não se escreve.
Não existe.

Não quando a inspiração é cristalina como minha alma.
Não enquanto ainda houver o que escrever.

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